No meio evangélico, especialmente entre os neopentecostais; semente é sempre dinheiro, moeda de troca, valor monetário. Se for algo que não dá poder de compra, de barganha com Deus, algo que não sirva como instrumento de toma Lá dá Cá, então não é semente.
Nos evangelhos, entretanto, não é assim! Nos evangelhos semente é sempre semente, é o que se semeia na esperança de colheita.
Semente é tudo o que o coração humano dá com gratidão, com alegria, com esperança em fé. Mais do que isso é também tudo o que o ser produz como resposta boa e sincera diante das questões que a vida apresenta. Desse modo a semente pode ser um abraço, um beijo caridoso, um olhar motivador, uma palavra fraterna, um gesto de acolhimento, um perdão ao opressor, uma oração por alguém, uma ajuda a quem está caído, água a quem tem sede, comida a quem tem fome, agasalho a quem tem frio, família a quem é órfão, luz a quem esta em trevas; ou seja, semente é tudo o que Jesus disse que é, e é tudo o que ele fez deixando o mandamento; “Assim fazei vós também”.
E semente também pode ser porque não dinheiro, desde que deixemos de fazer deste um fim em si mesmo, mas um mero meio circunstancial.
Assim é com Jesus, assim era com os primeiros discípulos, assim deve ser conosco.
Mais do que isso, pra Jesus semente também é graça, é dom de Deus, é favor que ninguém merece.
Tanto é que Ele nos diz na parábola do semeador, que este saindo a semear deixou a semente cair em vários tipos de terrenos. Sim, o semeador, não deixa a semente cair apenas em terra boa, mas em qualquer terra.
Ora a beira do caminho, ora entre os espinhos, ou até mesmo em terreno rochoso, para o semeador não faz diferença. Para Ele o terreno não faz diferença, todo terreno é terreno, seja fértil ou não. Porque o que importa no reino mais do que a qualidade do terreno é o poder da semente.