Você pode imaginar alguém que, saído do deserto, possa continuar vivendo como se estivesse ainda no Deserto? É difícil de aceitar esta ideia, porque o deserto é algo que nos apavora. Não nos apavora só por causa de suas tempestades de areia e a falta de água. Ele nos apavora, mesmo estático, porque nos faz defrontar-se conosco mesmo. Ali o ser humano senti-se só. Caminhar no deserto, conseqüentemente, significa esforço e até sofrimento. Na verdade o deserto é símbolo de maldição, de infertilidade, de provação, de renúncia, de benção sob medida (maná), de desgraça e de sofrimento.